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PROPOSTA DE MODELO DE ANÁLISE DA IMAGEM FOTOGRÁFICA

Trad. Eduardo J. M. Camilo e Luís Nogueira, (documento original), esta página é uma transcrição não autorizada deste documento e trata-se somente de uma forma estranha de estudar a imagem através da elaboração de um mero exercício de html/ css e javascript.


Universidade da Beira Interior, Covilhã

Descrição dos Conceitos Contemplados

Nível contextual

O primeiro problema que enfrentamos é a constatação de que o investigador projeta sempre sobre a imagem uma carga importante de ideias feitas e de convições particulares, gostos e preferências. Assumamos, pois, este condicionamento inevitável e tratemos de corrigir, na medida do possível, este factor distorcivo da análise. Por isso, o nosso método propõe a distinção de um primeiro nível, que denominámos por nível contextual, que nos força a recolher a informação necessária sobre a(s) técnica(s) utilizadas(s), o autor, o momento histórico a que se reporta a imagem, o movimento artístico ou escola fotográfica a que pertence, assim como a pesquisa de outros estudos críticos sobre a obra em que se integra a fotografia que pretendemos analisar. A realização deste primeiro nível de análise visa de melhorar a competência de leitura.

  • Dados gerais
    • Título
    • Autor/Nacionalidade/Ano
    • Origem da Imagem
    • Género
    • Movimento
  • Parâmetros técnicos
    • P&B ou Cor
    • Formato
    • Câmara
    • Suporte
    • Objetivas
    • Outras Informações
  • Dados biográficos e críticos
    • Factos Biográficos Relevantes/ Comentários críticos sobre o autor

Nível Morfológico

O segundo nível de análise que contemplamos, incide no estudo do nível morfológico da imagem. Neste ponto, seguimos as propostas enunciadas por vários autores, bastante heterogéneas entre si, já que falamos de conceitos de certa complexidade, ainda que pareçam simples. Como veremos, algumas noções como as de ponto, linha, plano, espaço, escala, cor, etc. não são puramente "materiais" e, frequentemente, participam simultaneamente de uma condição morfológica, dinâmica, escalar e compositiva. Este primeiro nível de análise põe sobre a mesa a natureza subjetiva do trabalho analítico relativamente ao qual, apesar de pretendermos adoptar uma perspetiva descritiva, começam a aflorar considerações de caráter valorativo. Devemos assumir, neste sentido, que toda a análise encerra uma operação projetiva, sobretudo no caso da análise da imagem fixa isolada, e que se torna muito difícil de empreender uma pesquisa dos mecanismos de produção do sentido dos elementos simples ou singulares que integram a imagem, sem ter uma ideia geral, em termos de hipótese, àcerca da interpretação geral do texto fotográfico. Baseando-nos nas teorias "gestaltianas" da imagem, convém lembrar que em todo o acto de percepção entra em jogo uma série de leis percetivas de caráter inato, como a "lei da figura-fundo", a "lei da forma completa" ou a "lei da boa forma", que apontam nesta mesma direção. Definitivamente, a compreensão do texto icónico tem uma natureza holista, na qual o sentido das partes das imagens ou dos seus elementos simples se encontra determinado por uma certa ideia de totalidade.

  • Descrição do Motivo Fotográfico
    Elementos morfológicos
    • Ponto
    • Linha
    • Plano(s)/Espaço
    • Escala
    • Forma
    • Textura
    • Nitidez da imagem
    • Iluminação
    • Contraste
    • Tonalidade/P&B-Cor
    • Outros
  • Reflexão Geral

Nível Compositivo

O nosso modelo de análise continua, em terceiro lugar, com o estudo do nível compositivo. Seguindo com a metáfora da linguagem, trata-se agora de examinar como se relacionam os elementos anteriores a partir de um ponto de vista sintático, configurando uma estrutura interna na imagem. Esta estrutura tem para nós um valor estritamente operativo, não ontológico, já que não se trata de algo que se encontra oculto na superfície do texto. Por razões de economia na análise, optámos por incluir neste nível os chamados elementos escalares (perspetiva, profundidade, proporção) e os elementos dinâmicos (tensão, ritmo), que, ainda que possuam uma clara natureza quantitativa (os primeiros) e temporal (os segundos), como sublinhou com pertinência Justo Villafañe (1988), produzem efeitos consideráveis naquilo que se conhece como composição plástica da imagem. Por outro lado, neste nível analisa-se também, de forma monográfica, a maneira como se articulam o espaço e o tempo da representação, duas variáveis ontologicamente indissociáveis que, por razões operativas, são examinadas de forma independente. A reflexão sobre estes aspetos especiais e temporais do texto fotográfico passa pelo exame de questões muito concretas, desde as variáveis físicas do espaço e do tempo fotográficos, até outras mais abstratas como a "habitabilidade" do espaço ou a temporalidade subjetiva que constrói a imagem.

  • Sistema sintático ou compositivo
    • Perspetiva
    • Ritmo
    • Tensão
    • Proporção
    • Distribuição de pesos visuais
    • Lei dos terços
    • Ordem icónica
    • Trajeto visual
    • Composições Estáticas/Dinâmicas
    • Pose
    • Outros
    • Comentários
  • Espaço da Representação
    • Campo/ Fora de campo
    • Aberto/ Fechado
    • Interior/ Exterior
    • Concreto/ Abstrato
    • Profundo/ Plano
    • Habitabilidade
    • Encenação
    • Outros
    • Comentários
  • Tempo da Representação
    • Instantaneidade
    • Duração
    • Atemporalidade
    • Tempo simbólico
    • Tempo subjetivo
    • Sequencialidade / Narratividade
    • Outros
    • Comentários
  • Reflexão Geral

Nível Interpretativo

  • Articulação do ponto de vista
    • Ponto de vista fisico
    • Atitude das personagens
    • Qualificadores
    • Transparência/ Sutura / Verosimilhança
    • Marcas textuais
    • Olhares das personagens
    • Enunciação
    • Relações intertextuais
    • Outros
    • Comentários
  • Interpretação global do texto fotográfico